Saravá Bar Instituto Nômade: Tudo sobre o jantar Sankofa Mhuri

No coração do Muhcab, o Saravá Bar Instituto Nômade celebrou mais uma edição do Jantar Sankofa Mhuri: O Retorno à família, uma experiência de afeto, memória e ancestralidade. Sob a liderança de Gill Ventura e Luízie Lisbôa, sabores e drinks se transformaram em narrativas vivas da diáspora africana.

Sumário

O Saravá: um território de encontro e memória

Existem experiências que não cabem apenas em palavras, e o Jantar Sankofa Mhuri é uma delas. O Saravá Bar Instituto Nômade nasceu como um território de encontro, atravessado pela ancestralidade e pelo afeto.

Ali, comer e beber vão muito além do prazer: são gestos de reconexão, aprendizado e resiliência. O Saravá é movimento vivo, um convite para sentir, compartilhar e honrar histórias. Inspirado pelas matrizes afro-indígenas, o projeto celebra memórias coletivas, preserva saberes ancestrais e forma novas gerações com propósito e cuidado.

 

Gill Ventura e Luízie Lisbôa: lideranças do Saravá

À frente desse movimento estão Gill Ventura e Luízie Lisbôa, duas mulheres pretas que transformam a cozinha e o balcão em espaços de encontro e acolhimento.

Gill e Luízie ao centro da imagem.

Gill é chef e transforma ingredientes em narrativas, tornando cada mesa um lugar de boas trocas. Já Luízie, à frente da coquetelaria, cria drinks que vão além de combinações de aromas e texturas: são experiências que conversam com a memória, a história e a emoção de quem prova.

Juntas, elas sustentam o Saravá como um lar nômade, que transita por espaços e proporciona experiências únicas de pertencimento e afeto.

 

O Jantar Sankofa Mhuri no Muhcab

Foi nesse espírito que, no último 5 de setembro, no Muhcab (Museu de História e Cultura Afro-Brasileira), aconteceu a terceira edição do Jantar Sankofa Mhuri – O Retorno à Família.

A noite foi uma celebração sensorial e espiritual. Os pratos preparados por Gill e os drinks criados por Luízie se entrelaçaram como fios de uma mesma narrativa: uma viagem de sabores pela diáspora africana em pleno solo carioca.

Cada etapa, da entrada à sobremesa, foi pensada como uma experiência de afeto e memória. O último gole, com o drink Mahin, tornou a noite ainda mais especial. Feito com licor de canela, cachaça, rapadura, cajuína e especiarias trouxe identidade e a sensação genuína de “tomaria uma garrafa inteira desse drink”, provando mais uma vez que o que ingerimos precisa nutrir o corpo, o emocional e a alma.

Foi um lembrete poderoso de que nós, enquanto comunidade negra, merecemos viver experiências criadas por nós e para nós, em espaços de cuidado, pertencimento e partilha.

O ambiente do Muhcab, já carregado de herança e muitas histórias, acolheu o jantar como um abraço coletivo. Tudo foi poesia viva: os sabores, o repertório musical que foi de Liniker a Luedji Luna e as conversas que nasceram na mesa compartilhada.

 

Minhas considerações sobre a experiência

Participar deste encontro foi um aprendizado profundo: comer e beber podem ser gestos políticos, mas também profundamente humanos.

Gill e Luízie mostraram que, quando gastronomia e coquetelaria caminham juntas, o resultado é mais do que harmonização: é integração de mundos, encontro de memórias e celebração de ancestralidade.

Saí do jantar com o coração cheio. Não apenas pelo misto de sabores que pude experienciar, mas pela certeza de estar em um espaço onde nossas vivências foram honradas e celebradas.

O Jantar Sankofa Mhuri foi um ritual de pertencimento e o Saravá Bar Instituto Nômade nos lembra que a vida pode ser deliciosa, festiva e profundamente coletiva.

Para mais informações sobre a próxima edição do Jantar Sankofa Mhuri, acompanhe as redes sociais do Saravá Bar aqui


Natasha Francisco, Idealizadora Localiza 021 e Ana Clara Pertile.

 

Fotos: Emanuelle Araújo / @emanuelle_a.fotos

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